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quarta-feira, 16 de março de 2011

A minha grama é sempre a melhor.

Chega a ser engraçado. Na verdade, é difícil de entender. O CAC é um lugar onde o que mais se presa é a liberdade, de ser você mesmo, de vestir o que quiser, de fazer o que quiser. É tipo um Woodstock fechado para caquianos no meio da UFPE (apresentações artísticas incluídas). O difícil de entender é como alunos de jornalismo, que se dizem tão comprometidos com os direitos alheios e reivindicam sua própria liberdade, falham em reconhecer as diferenças que estão presentes nas pessoas recém-chegadas desse mesmo curso. Os calouros mal chegaram e já são alvo de cíticas dos veteranos. Motivo: não quiseram (ou não se sentiram à vontade) dar uma festa para todos se conhecerem. Eles sinceramente apontaram na sua comunidade do orkut (que os veteranos também têm acesso) que estavam meio receosos com a efusividade e receptividade excessiva dos veteranos. Bastou. Logo depois já eram conhecidos como “empata-festa”, “puritanos”, “tediosos” e outras cositas mas. Os calourinhos foram ridicularizados quando deram a ideia de todos se reunirem em um rodízio. Uma polêmica se instalou. Ninguém quer calouros que não são porras loucas que só pensam em beber. Ninguém quer calouros que não se sentem à vontade em beber, cair e levantar no primeiro encontro com os seus companheiros de curso. Já vi nego respondendo quando indagado a respeito do paradeiro dos calouros: “Devem estar em algum culto por aí.” Aí é que tá a graça da história. Todos tem o direito (e dever) de beber o quanto quiser e avacalhar o sistema, mas ninguém tem o direito de ser mais recolhido e não gostar tanto de badalação. Resumindo: o SEU direito de fazer o que quiser é inalienável, agora já o dos outros… É, a palavra respeito deve estar mesmo meio enferrujada nos dicionários de algumas pessoas.

Um comentário:

Wesley Prado disse...

Sara, você conseguiu resumir de forma muito precisa a situação. Simplesmente adorei! Até mesmo eu sofri um pouco desse "bullying" que os veteranos passaram nos calouros - e olha que eu tô no 7º período, só pra lembrar...
Tipo, como fui um dos poucos veteranos que se lixou pra o fato deles não quererem tanta efusividade logo de início, e que se preocupou em conhecê-los de fato, teve veterano que ficava tirando onda da minha cara, dizendo que eu tava babando eles, que eu tava virando "mãe" deles e tal... Né foda?
Ainda bem que essa coisa toda com os calouros parou. Mas que as marcas ficaram, isso não se pode negar. Nem CPF vai salvar...