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sexta-feira, 8 de junho de 2012

black makes it perfect.

Me dei conta de qual é, na minha cabeça, a aparência perfeita para alguém do sexo oposto. Falo em toda a aparência, até a cor da blusa e o tipo de cabelo. É como montar um bonequinho no The Sims. Falo da perfeição como se deve. Não que eu vá rejeitar alguém que desvie um pouco ou totalmente desta descrição nesses tempos de crueza e escassez. Mas se me mandassem esculpir a perfeição estética, uma imagem humana que eu não hesitaria em escolher para decorar minha sala e assim enchê-la de suspiros, esta seria a de Alex Turner no final do Arctic Monkeys Live At The Apollo
Falando assim pareço um pouco pedante e fã teen demais, não pareço? Mas que se pode fazer? Foi esse o pensamento que me veio à cabeça agora há pouco, enquanto assistia ao DVD. Para que me entendam, é preciso descrevê-lo.
Seu corpo é magro. Nunca gostei de gordura ou músculos em excesso, mesmo. O pulso é fino, os braços não têm quase massa, a não ser a protuberância do músculo naturalmente concentrada entre os cotovelos e os ombros. Ainda que já se encontre depois dos 20, ele parece um adolescente. Na imagem não dá pra ver seu peitoral mas tenho certeza que, ao retirar a camiseta, sua barriga é reta, com uma suave lombada nos limites dos peitos. Suas pernas compartilham da magreza do resto do corpo. 
A calça jeans é apertada, mas não tanto. No ponto para que não pareça gay ou integrante de uma banda sertaneja ou colorida, mas também não tão folgada para que os gravetos que chama de pernas não sejam acentuados. O tecido adere à coxa e às nádegas; a partir do joelho folga alguma coisa por causa das canelas finas e no tornozelo forma um montinho de pano acima do sapato. É um bom artifício; as coxas e a bunda parecem maiores. Despertam atração. 
Os sapatos são formais mas não têm importância, a câmera quase não os mostra e não gastarei mais do que essas poucas palavras para descrevê-los. Veja que a roupa é bem simples. Fiquei à procura de outra peça sobre a qual falar antes de chegar na principal, mas a verdade é que não há. 
Há dois detalhes imprescindíveis na imagem. O primeiro é a peça de roupa principal. Uma camiseta pólo preta, para a surpresa de todos. Não tem estampas; suas especificidades consistem em uma gola dobrada, cinco ou seis botões que são deixados a maioria abertos, mangas acima do cotovelo. Ela não seria a mesma se a cor fosse diferente, no entanto. O preto de alguma forma é mais importante. É sexy, simples, compacto, discreto, misterioso. Não sei o que ele me faz, por que me atrai, principalmente quando cobre um corpo masculino.
O outro detalhe imprescindível na minha imagem de perfeição é o cabelo. (Ainda não decidi se ele ou a camisa é o mais importante. Acho que optarei por transformá-los em uma locução estética, uma não trabalha sem a outra.) É tipo de cuia-Beatles. Tem uma franja que não se mexe e vai até as orelhas. É cheio, mas não é enrolado. É ondulado, escuro, bem escuro e macio. É perfeito para afundar os dedos nele. Acredite, eu já provei deste tipo de cabelo; por pouco tempo, mas nunca esqueci. Se ele estiver atrelado à olhos escuros, quase negros, melhor ainda.
Taí a minha imagem de perfeição.
Não sei por que escrevi este texto. Não sei porque escrevi nesse tom. 
Espero que ninguém o leia.  

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