Então, tem esse menino (na verdade ele já deve ter uns 21 anos, mas eu sempre chamo as pessoas do sexo oposto de “meninos”, a não ser que eles já tenham passado dos 30 ou tenham cara disso) lá no CAC. Acho que eu já tinha reparado nele desde o período passado, tinha achado ele bonito (ao contrário das meninas, como sempre). Acho que ele nem é tão bonito assim, mas ele tem um certo charme. 1) Ele é o que Carol chamaria de “alternativo”. 2) Ele não fuma. (Não posso afirmar isso com certeza, mas contando que ele estuda no CAC e lá as pessoas que fumam não tem a mínima vontade de esconder isso –pelo contrário-acho que estou certa.) 3) Eu já vi ele comendo salada de frutas. Não sei porque isso é um fato que eu considero importante, mas acho que tem a ver com ser mais ou menos o “oposto” do cigarro. 4) Quando anda ele rebola de uma maneira indescritível.
O fato é que ele não para de me olhar toda vez que a gente se encontra nos corredores. E não é só olhar tipo “você não é invisível, estou te vendo”-o que, de qualquer forma, já é um grande avanço nos dias de hoje-é um olhar tipo “não consigo tirar os olhos de você”. E eu não estou me achando linda ou gostosa demais. Não é coisa da minha cabeça, até Carol já percebeu. Sabe quando você olha pra uma pessoa até que uma parede atrapalhe sua visão, ou o ônibus saia andando e você perca a pessoa de vista? Desse jeito. Nem mesmo quando ele estava carregando uma caixa (que me pareceu bem pesada, por sinal) escada acima, ele desistiu de me perseguir com o olhar. Já cogitamos a possibilidade de ele ser gay, o que, de acordo com o medidor de homosexualidade de Carol, procede. Bem… isso até o momento que ela percebeu toda essa coisa dele com o olhar.
Alguns podem pensar que eu acho essa história muito interessante e tal, mas, na verdade, não. A coisa mais forte que eu sinto quando ele me olha é raiva. Meu filho, se não vai fazer contato, não olha como se quisesse me engravidar! Eu sou a pior pessoa com a qual você poderia fazer isso. Logo começo a bolar teorias sem sentido na minha cabeça. Como a de que você pode ter me achado atraente, ou (no caso de você ser gay) estar com inveja de toda a minha beleza estonteante. Mas, por mais que eu queira desvendar esse mistério, não posso fazer nada. Quer dizer, poder até posso, mas não vou. Não vou encostá-lo na parede e mandar um what’s your problem, embora essa seja a minha vontade mais forte e insistente.
2 comentários:
Que texto legal, Sara.
Achei o título perfeito, ri muito e me solidarizo com tua angústia.
WTF is his problem?
beijos, gostei do blog.
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