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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Meu filho, se não vai fazer contato, não olha como se quisesse me engravidar!

Então, tem esse menino (na verdade ele já deve ter uns 21 anos, mas eu sempre chamo as pessoas do sexo oposto de “meninos”, a não ser que eles já tenham passado dos 30 ou tenham cara disso) lá no CAC. Acho que eu já tinha reparado nele desde o período passado, tinha achado ele bonito (ao contrário das meninas, como sempre). Acho que ele nem é tão bonito assim, mas ele tem um certo charme. 1) Ele é o que Carol chamaria de “alternativo”. 2) Ele não fuma. (Não posso afirmar isso com certeza, mas contando que ele estuda no CAC e lá as pessoas que fumam não tem a mínima vontade de esconder isso –pelo contrário-acho que estou certa.) 3) Eu já vi ele comendo salada de frutas. Não sei porque isso é um fato que eu considero importante, mas acho que tem a ver com ser mais ou menos o “oposto” do cigarro. 4) Quando anda ele rebola de uma maneira indescritível.

O fato é que ele não para de me olhar toda vez que a gente se encontra nos corredores. E não é só olhar tipo “você não é invisível, estou te vendo”-o que, de qualquer forma, já é um grande avanço nos dias de hoje-é um olhar tipo “não consigo tirar os olhos de você”. E eu não estou me achando linda ou gostosa demais. Não é coisa da minha cabeça, até Carol já percebeu. Sabe quando você olha pra uma pessoa até que uma parede atrapalhe sua visão, ou o ônibus saia andando e você perca a pessoa de vista? Desse jeito. Nem mesmo quando ele estava carregando uma caixa (que me pareceu bem pesada, por sinal) escada acima, ele desistiu de me perseguir com o olhar. Já cogitamos a possibilidade de ele ser gay, o que, de acordo com o medidor de homosexualidade de Carol, procede. Bem… isso até o momento que ela percebeu toda essa coisa dele com o olhar.

Alguns podem pensar que eu acho essa história muito interessante e tal, mas, na verdade, não. A coisa mais forte que eu sinto quando ele me olha é raiva. Meu filho, se não vai fazer contato, não olha como se quisesse me engravidar! Eu sou a  pior pessoa com a qual você poderia fazer isso. Logo começo a bolar teorias sem sentido na minha cabeça. Como a de que você pode ter me achado atraente, ou (no caso de você ser gay) estar com inveja de toda a minha beleza estonteante. Mas, por mais que eu queira desvendar esse mistério, não posso fazer nada. Quer dizer, poder até posso, mas não vou. Não vou encostá-lo na parede e mandar um what’s your problem, embora essa seja a minha vontade mais forte e insistente.

2 comentários:

Jornal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Débora Leão disse...

Que texto legal, Sara.
Achei o título perfeito, ri muito e me solidarizo com tua angústia.
WTF is his problem?

beijos, gostei do blog.